O técnico Márcio Fernandes, do Bafo, provou um pouco do potencial do “monstro” que ajudou a criar. Em 2009, o treinador, que comandava o time de cima do Peixe, subiu Neymar ao profissional e deu a primeira chance ao craque. Antes do jogo destas quarta, ganhou um abraço carinhoso do santista. O Comercial não vence há cinco jogos e pode terminar a rodada pela primeira vez na zona do rebaixamento. O treinador já balança no cargo.
No ritmo em que andava a partida, ficou fácil para o meio de campo santista se impor. Arouca e Ibson tinham grande liberdade para ajudar Ganso na armação. E o camisa 10, ligado, mostrava seu melhor: visão de jogo, inversões de bola e até botes no campo de defesa. Enquanto isso, o Comercial era nulo. Só assustou em um lance, quando Rossato bateu falta com perigo e acertou a trave. O goleiro do Peixe, que esperava a batida de Carlos Magno, ficou parado e quase buscou a bola no fundo da rede.
Com dificuldade para chegar ao gol adversário na troca de passes, o Santos precisava de uma jogada individual para abrir o placar. De Neymar, claro. Aos 28 minutos, o craque fez linda jogada, bem ao seu estilo: arrancou com a bola dominada do campo de defesa, deixou seis marcadores pelo caminho e rolou para Ibson, sozinho, de cara para o gol. O camisa 7 só teve o trabalho de mandar para o gol e agradecer ao companheiro. Justíssimo pelo que os dois times apresentaram na primeira etapa, mais justo ainda pela disposição de Neymar, que não se intimidou com as pancadas. Foi o jogador mais caçado em campo, sofrendo dez das 19 faltas a favor do Peixe.
O Peixe seguia em cima. Ibson lançou Neymar e o atacante chutou em cima do goleiro. Ibson foi caindo de produção e Elano entrou para dar um pouco de vivacidade ao setor ofensivo do Peixe, apagado. E que estrela mostrou o meia. Aos 36, ele cobrou com perfeição na cabeça de Durval, que subiu livre para escorar e ampliar o placar. Alan Kardec ainda chegou a carimbar a trave minutos depois. Mas a chance perdida nem fez falta.
Final: Santos 2x0 Comercial
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